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sábado, 21 de março de 2009

O gancho do céu ou o efeito placebo


Era uma vez um patinho de nome Peninha que nascera junto de um lago tranquilo e sereno, juntamente com mais cinco irmãos. A mãe pata cuidou deles em terra desde que saíram dos ovos até terem mais algumas penas, levando-lhes grãos para se alimentarem e tudo o que demais precisavam. Certo dia, chegou a altura de os patinhos irem para a água e começarem a nadar, como acontece com todos os patos. Todos seguiram de imediato a mãe, abeiraram-se do lago e viram a sua imensidão e profundeza. A mãe explicou como se fazia e cinco deles não tiveram o menor receio e deslizaram suavemente atrás da progenitora, nadando alegremente. Porém, Peninha olhou para baixo e conseguiu ver o quanto fundo o lago era. Uma dúvida de imediato surgiu no seu íntimo:

- E se eu não conseguir nadar e me afundar? Vou-me afogar...

O seu coração começou a bater mais depressa, uma onda de ansiedade percorreu todo o seu corpo e recuou. Viu a sua mãe e os seus irmãos a afastarem-se e ficou na margem, angustiado.

Nos dias seguintes aconteceu o mesmo, e por mais que a mãe se esforçasse por lhe explicar todas as técnicas, ele pensava sempre na possibilidade de alguma delas falhar e ir parar ao fundo do lago. Até que a mãe, desolada, desistiu.

Um dia, ao passar pela margem, um velho pato viu Peninha muito triste a olhar para os seus irmãos que se afastavam nadando alegremente e perguntou qual a razão da sua tristeza.

- Tenho medo - respondeu - que me afunde e me afogue.

O velho começou a rir de tão grande disparate que acabara de ouvir. Depois parou de repente, ao lembrar-se dos vários medos que lhe tinham surgido ao longo da vida, alguns deles infundados, e calmamente disse a Peninha:

- Já sei como resolver o teu problema: o que tu precisas é de um gancho.

- Um gancho? - Perguntou, incrédulo Peninha.

- Sim, um gancho que te prenda ao céu enquanto nadas. Assim, terás sempre a certeza de que não te afundarás, pois o gancho impedir-te-há, pois está preso ao céu. - Pegou num galho que se encontrava próximo, virou-o ao contrário, fingiu que o enganchava no céu e entregou a ponta a Peninha. - Agora lança-te à água! Vai confiante, pois o gancho não te deixará afundar!

E assim fez o jovem pato. E ao contrário daquilo que imaginava, flutuou lindamente, aplicando as técnicas que a mãe lhe tinha ensinado, e segurando no ar o galho que o velho lhe tinha dado. É claro que todos acharam estranho, mas o pequeno pato estava tão confiante que nadava ainda melhor que todos os outros.

Certo dia enquanto nadava agarrado ao seu gancho do céu, passou uma cegonha e achou aquele pedaço de madeira ideal para construir o seu ninho. Assim, rasando as águas, tirou-o da mão de Peninha, mesmo no meio do lago. Este ficou tão surpreendido com a atitude da cegonha, que ficou alguns minutos a olhar para ela enquanto voava em direcção ao seu ninho. Quando regressou a si, apercebeu-se que estava a nadar sem suporte, ou seja, mesmo sem estar preso ao céu, conseguia nadar perfeitamente.

O velho, que observava tudo da margem apenas comentou:

- Ora não fosse eu o médico dos patos! O efeito placebo é mesmo muito poderoso!!

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Ver fonte da imagem   So me apetece chorar, mas as lágrimas não caem.... É um alívio quando elas escorrem pelo rosto, pois é uma forma de ex...

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